-
O fim do mundo é democrático e sem Copyright.
-

O começo do fim

Qualquer um que abra um livro, por mais que saboreie a história e as palavras, aguarda ansioso pelo desfecho. Ao dar play em um filme, todos já esperam pelo the end. Quem, suando feito um porco dentro de um terno, não esperou pelo fim do verão ou, tremendo de frio na hora de tomar banho, não rezou para o inverno acabar? E o dia de trabalho? A segunda-feira? O jogo quando seu time está ganhando? A TPM? A consulta ao dentista? O carnê das Casas Bahia? O discurso do Suplicy? É, minha gente. Poucas coisas no mundo não nascem com um fim muito aguardado e desejado. E uma das maiores exceções é o papel higiênico. Só pra dar uma noção do nível em que estão as coisas. Diante desse quadro, acho que deveríamos parar de frescura e encarar o fim do mundo como uma coisa normal. O assunto deveria fazer parte da mesa de jantar nos lares do planeta. As pessoas deveriam programar melhor seus dias restantes, que não são muitos, para fazer algo útil e agradável. Não precisa ficar na vadiagem, com a bunda pra cima até que tudo se exploda. Dá pra tentar fazer o que faltou, buscar realizar os sonhos, abraçar as pessoas queridas, dizer o que tem vontade, dar vazão aos dons escondidos por vergonha, sair do armário, se for o caso, fazer a árvore, escrever o filho, plantar o livro... qualquer coisa. Mesmo que você não tenha feito nada de útil até agora, ainda dá tempo de correr atrás do prejuízo. Depois não adianta reclamar. Esse jogo não tem prorrogação. E o juiz já tá de olho no relógio...

2 comentários:

Anônimo disse...

Pode me botar de apocalíptica ai, já vou começar a pensar num belo post!

: *

Lets

Mr. Lemos disse...

Já és, Lets! Tô esperando seus posts chiques!!!