paulinho moska
Eis que a vida andava boa, sem altos, nem baixos, apenas normal. E de repente, essa história do fim do mundo em 2012 começou a me rodear, de tantas formas e com tantos questionamentos.
Fica até difícil dizer quem veio primeiro: se o grande amigo criador deste blog ou se foi o Moço. Assim, só moço, que ainda não sei como classificar. Mas sei que ambos passaram a bombardear-me com histórias de fim do mundo simultaneamente, tem assim uns três meses. E por conta disso, passei a falar de um para o outro e vice-versa, sobre suas obsessões comuns.
(Claro que ainda que não partilhassem esse fascínio que chega a ser mórbido para alguns, ainda assim eu falaria de um para o outro e vice-versa, já que ambos ocupam belo espaço no rol de queridos-da-minha-vida e dos queridos eu falo muito).
Sei que através deles fiquei sabendo dessa nova data para o fim do mundo. Não vou relembrar os posts do Ernani, que afinal boa parte dos leitores aqui deve ter passado por lá. Mas foi através do Moço que eu soube que fariam até um filme, cujo título seria a fatídica data: 2012.
Pronto, foi o suficiente para que a minha louca cabecinha desandasse a pensar no assunto ensandecidamente. Aqueles que não demoram pelo menos uma hora e meia para dormir, porque a mente se recusa a descansar, não devem imaginar o que é isso. Mas eu sei bem.
Nessas noites agitadas, primeiro talvez os pensamentos-piada - que sou metida a palhaça: ora, então será um fiasco a nova lei antifumo, ninguém vai querer parar de fumar se o mundo acaba logo menos...
Em seguida, os temerosos: tantos desastres rolando por aí (e o apagão, minha gente? maior sensação de armaggedon), de clima, de retrocessos da sociedade humana... é capaz que não cheguemos mesmo até lá. Ou, se chegarmos, já nem valerá a pena mais...
Por fim, as lembranças: me lembrei das velhas aulas na PUC. Foi lá que formei minha concepção de mundo-vida-sociedade que perdura até agora e que bem tem a ver com o fim do mundo. O professor magrinho, que de tanto indicar o filósofo ganhou o apelido de Morin, me fez perceber que todos aqueles colegas do movimento estudantil que brigavam por mudanças "no sistema capitalista" em pequeninas e ineficientes manifestações não chegariam mesmo a lugar nenhum. O sistema é assim tão, mas tão bom, que já prevê e neutraliza essas oposições. E a tudo ele abarca. Não tem escapatória.
Bom, eu pelo menos, já gastei umas boas horas de possível sono pensando em possíveis alternativas, mas nenhuma conclusão. Penso que o melhor seriam pequenas ações individuais, mas também não acredito no ser humano (caso Geisy-Uniban é apenas um exemplo recente), então... E o tal do famigerado "sistema capitalista" é tão bem pensado que certamente ficará aí para sempre, indestrutível.
De forma que sempre pensei que o mundo deveria mesmo acabar, para poder começar de novo, com o pé direito desta vez.
(Por favor, não pensem que essa linha de racicínio - aqui também um tanto simplificada - tenha me tornado uma pessoa amarga. Jamais, com essa constatação, decidi viver da melhor forma possível e, na maior parte do tempo, acho que consigo)
Pois bem, pensei tudo isso e ainda houve espaço para discussão do niilismo e hedonismo com o Moço.
Mas o que ficou mesmo, foi a minha obsessão por uma música com essa temática. Música essa que é a verdadeira razão deste post. Por que sempre que vocês apocalípticos vierem aqui, deveriam ouvir "O Último Dia", de Paulinho Moska. É muito boa.
Também cheguei a ela por acaso. Já andava obcecada com outra música de P.M. há algum tempo, cerca de um ano, e era "Pensando em Você". Porém ao gastá-la, decidi buscar mais coisas dele e encontrei essa apocalíptica, que eu já conhecia e nunca tinha gostado. Na verdade, continuo achando que a letra não é tão boa. Mas é melhor música para este momento pré-fim-do-mundo, posso garantir...
Por causa dela, o Moço e Ernani souberam que, às vezes, muito a contragosto, me meto a cantar. E se já cantei para um, para o outro rolará em breve - certamente que com intenções um tanto distintas.
De qualquer forma, como não quero ser impositiva, selecionei algumas outras músicas que formariam a trilha sonora perfeita do fim do mundo (jornalistas como eu bem gostam de inventar listas):
- It's the end of the world as we know it and I feel fine, do REM
- Third Stone From The Sun, do Jimi Hendrix
- Zombie, Cranberries
- Until the End of the World, doU2
- E o Mundo não se Acabou, da Adriana Calcanhoto
Mas engraçado que, às vezes, me lembro da minha cantoria de P.M., daquele momento, tãotão bom e fico querendo que o mundo não acabe de jeito nehnhum. Não agora.
3 comentários:
Boa, Papa!!! Esse é o espírito... o fim do mundo tá em cada pedaço da vida agora. Mesmo nos românticos. Belas dicas de música.
Ah, como ainda faltam 3 anos... vc terá tempo suficiente pra curtir o Moço. Não desperdice...
bjoca
Ora, mas não só ele. Tem os amigos quiridos, como vc. E taaantas outras coisas.
Well, volto em breve, com um postezito mais de modas.
Muuuuaaah!!!
O Moço é um cara de sorte.
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